Pegue água. Adicionar cloreto de sódio. Resfrie e esprema em gelos salgados.
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Mar 15, 2023Única produtora de carbonato de sódio da Argentina, Alpat, se expande para entrar na cadeia do lítio
A empresa Alcalis de la Patagonia (Alpat), única produtora de carbonato de sódio da América do Sul, lançou um plano de investimentos de US$ 250 milhões. Localizada em Río Negro, a empresa começou a expandir a produção para exportar para cinco países da região. Além disso, a demanda por esse insumo estratégico, utilizado em diversas áreas industriais, cresce exponencialmente por ser necessário na cadeia produtiva do lítio.
Desde seu lançamento em 2005, a Alpat é a única produtora de carbonato de sódio da América do Sul. Essa matéria-prima é utilizada na indústria vidreira, que requer carbonato de sódio denso, enquanto a indústria química requer sua versão light para a produção de sabões e detergentes. Também é demandado pelas indústrias de papel, óleo e gás, metais e química, e atualmente há um interesse especial no mercado de lítio.
Por isso, a empresa argentina, que pertence ao Grupo Indalo, já começou a implementar um plano estratégico de investimentos diante de um mercado em expansão. A planta, localizada na cidade de San Antonio Oeste, em Río Negro, com população de 48.000 habitantes, produz atualmente cerca de 170.000 toneladas por ano de carbonato de sódio – também conhecido como carbonato de sódio ou soda solvay. A meta é chegar a 210 mil toneladas por ano no curto prazo. No entanto, 350.000 toneladas são consumidas por ano somente na Argentina, então o restante é importado da China e dos Estados Unidos.
Isso sem considerar a indústria do lítio, onde o carbonato de sódio é um insumo necessário, pois é necessário para as fases iniciais da produção. No norte da Argentina, no "triângulo do lítio", a Alpat já registra níveis crescentes de demanda. Hoje, 67.580 toneladas de carbonato de sódio são consumidas para a produção desse chamado "ouro branco", mas a expectativa é que esse número dobre nos próximos três anos. Isso porque, embora existam atualmente duas empresas exportadoras de lítio na Argentina, as projeções da Secretaria de Mineração para 2030 indicam que serão oito projetos operacionais.
Diante desse cenário, a empresa lançou um plano estratégico de investimentos de US$ 250 milhões. A primeira etapa elevará a produção das atuais 170 mil toneladas anuais para 210 mil toneladas. Em uma segunda etapa, a planta será ampliada para levar uma produção anual de até 330 mil toneladas. Por fim, na terceira etapa, a empresa almeja uma segunda ampliação da planta para elevar sua produção anual para 550 mil toneladas.
Emilio Castillo, gerente geral da Alpat, explicou os planos da empresa: "Nossos principais clientes são empresas do setor vidreiro, um grande mercado na Argentina. Mas o lítio começou a nos dar a possibilidade de expansão para ingressar na enorme cadeia que é vai impulsionar a matriz produtiva nacional", explicou.
O carbonato de lítio é o composto mais procurado no mercado de lítio. Em seu processo convencional de produção a partir da salmoura, o carbonato de sódio é o insumo utilizado para precipitar o lítio da salmoura, processo que ocorre em altas temperaturas, para finalmente lavar a solução resultante.
Até recentemente, a empresa vendia toda a sua produção no mercado interno. Mas graças à expansão da capacidade instalada, a empresa já começou a exportar. “A demanda vem do Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia, por isso projetamos níveis crescentes de vendas no exterior, o que é uma oportunidade única para criar maior desenvolvimento em um dos setores em que a Argentina já se destaca globalmente”, acrescentou Castillo.
Segundo especialistas, o carbonato de sódio representa um mercado global de US$ 11 bilhões, com estimativa de crescimento de cerca de 3% nos próximos anos, impulsionado principalmente pela indústria vidreira e pelo setor automotivo.
A Alpat conta com 400 funcionários em seus quatro centros operacionais: planta de produção SAO, pedreira e planta de trituração (em Aguada Cecilio, Río Negro), Salt Marsh (El Gualicho) e seus escritórios em Buenos Aires. A produção é feita de forma sintética, através de um processo de amônia Solvay.